sexta-feira, 30 de junho de 2017

Jajá Félix 


Nesta semana conversaremos um pouco mais com o goiano de 29 anos, residente em Curitiba e professor de arte, Jarlan Félix. Jarlan é o administrador e a mente criativa por de trás da página Jajá Félix, que só no Facebook tem mais de 35 mil curtidas. 


Na entrevista abaixo ele explana um pouco mais sobre suas produções divertidas e cheias de frescor, demonstrando sua simpatia por trabalhos em conjunto com outros artistas, além de mostrar uma face dura da realidade da maioria dos quadrinistas: ainda não se é possível sobreviver apenas das produções de quadrinhos.




Esquadrinhando os Quadrinhos: Para o inicio de tudo, conte-nos quem ou o que os famosos porcos de suas ilustrações são ou representam? Existe alguma intenção por trás da escolha dele?

Jarlan Félix: Os porquinhos surgiram na série Espirito de Porco publicada na página de tirinhas coletiva "O Banquete", onde 7 artistas publicam uma tira por semana de uma série de 10 tiras. O porquinho foi inspirado no porquinho da Miley Cyrus.


EQ: Na sua página você tem algumas séries de quadrinhos como, por exemplo, "O Banquete". Por que você escolheu dividir suas criações assim? Existe alguma linha de raciocínio que você sempre segue quando vai desenhar para esses personagens específicos?

JF: As tirinhas com O Banquete escrito no rodapé são as que foram feitas para o coletivo de tirinhas no qual eu publicava todos os sábados. Sigo sim um raciocínio na hora de desenhar cada personagens pois eles tem personalidades única, na verdade cada uma deles representam parte de quem eu sou.


EQ: Muito de seus quadrinhos são cômicos e irreverentes. Isso é uma consequência natural do seu jeito de se expressar ou você busca passar esses sentimentos quando desenha?

JF: É uma consequência natural pois escrevo o que sinto e desenho o que vejo, as vezes passo meses buscando a melhor forma de expressar algo que será feito em minutos.




EQ: A sua página no Facebook é cheia de postagens sempre. Como se dá seu fluxo criativo e produtivo? Você cria apenas quando está inspirado ou trabalha com datas e metas?

JF: Produzo apenas quando estou inspirado, quando me da vontade falar algo, porem gostaria de produzir mais, no momento estou passando por uma fase difícil na produção, porem buscando outros rumos.


EQ: Percebe-se que você tem muito contato com outros quadrinistas como, por exemplo, a Sirlanney, do "Magra de Ruim". Acontece entre vocês um intercâmbio artístico e de ideias? Existe a possibilidade de uma produção em conjunto, por exemplo?

JF: Já fiz quadrinhos em conjunto com alguns artistas como a Sir, Shosh, Mariana Sales e Éff. Acredito muito que as coisas só funcionam quando estamos unidos e quando produzia com mais frequência buscava mais isso. Hoje estou um pouco mais parado em relação a isso mas existem planos de uma produção em conjunto com Cristiano Onofre e também Gillian Rosa.





EQ: Você tem uma produção de Zines como, por exemplo, o "Solitude". Hoje, você consegue viver exclusivamente para a sua arte? Se sim, como foi o processo até chegar nessa independência? Se não, quais são suas perspectivas quanto a isso?

JF: Eu não vivo da minha arte e não sei se alguém que eu conheço vive. Quem trabalha com arte tem que trabalhar 5 vezes mais que uma pessoa com um emprego normal assim imagino.


EQ: O que significa fazer quadrinhos para você?

JF: Eu sempre quis fazer quadrinhos, pois eles expressam o que sinto. Não penso muito no que isso significa, mas é uma forma de não me sentir sozinho e mostrar pras pessoas que elas também não estão sozinhos.



Se você gostou do trabalho do Jarlan, ele está no Facebook, no Tumblr, no Instagram e em seu site

Mariana Carneiro

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Tulidoim

Dois paulistanos são nossos entrevistados dessa semana: Thaly Tamura, 17 anos e Matheus Oliveira, 20 anos, que são mais conhecidos pelos apelidos de Tulipa e Amendoim. Eles são a mente por trás da página em crescente ascensão no Facebook e que leva o nome dos dois: a Tulidoim


Ela, uma aspirante a designer e colecionadora de meias estampadas. Ele, um artista de games e fanático por suco de limão. É com esse tom encantador, leve e sensível que os dois constroem quadrinhos que combinam exatamente com esse frescor que carregam. Na entrevista que eles deram para gente, eles contam um pouco mais sobre suas expectativas em relação a página e sobre seu processo criativo. 





Esquadrinhando Quadrinhos: Afinal de contas, quem são Tulipa e Amendoim?

Tulidoim: Atrás de Tulipa e Amendoim, estão dois ilustradores e aspirantes a ganhar a vida com arte (ah, como nós somos sonhadores, risos ) a Thaly Tamura e Matheus Oliveira. Nós somos um casal que dança músicas dos anos 80 e nas horas vagas procuramos lugares legais pra comer doces gostosos.

EQ: O tema mais recorrente de suas produções é sem duvidas o amor. Oque ele representa para vocês dentro do contexto profissional? Ele é a matéria prima de vocês?

TD: O amor é o combustível do nosso trabalho, desde o amor romântico até o familiar. É a partir dele que a gente tira energias pra fazer os retratos! Quando um cliente conta pra gente dos sentimentos que ele quer retratados na ilustração, nós juntamos tudo e transferimos eles em cada "pincelada" do desenho.









EQ: Tendo o traço fino e delicado, além do amor, vocês falam também sobre família, ativismo, etc., tudo com um toque de humor leve. Qual o segredo para não perder essa pegada mais sutil e ainda sim transmitir mensagens importantes?

TD: Nós não temos uma fórmula pronta pra isso, na verdade. Apenas produzimos o que gostaríamos de ver na nossa timeline, seja qual for o assunto. 


EQ: A página de vocês ainda está em crescimento. Como vocês a veem daqui 5 anos?

TD: Isso é um pouco difícil de responder. Nós mal sabemos o que queremos comer de almoço amanhã. Mas com esse crescimento constante, a gente gostaria de montar um estúdio do Tulidoim e tirar do papel alguns projetos, como uma linha de roupas, publicidades e outros que ainda não podemos contar. 


EQ: Pela página de vocês no Facebook, Tulidoim, percebe-se que vocês realizam muitos trabalhos por encomenda. Afinal, é possível se viver  integralmente da produção de quadrinhos?

TD: Acreditamos que sim! E essa é uma coisa que nós buscamos para o futuro do Tulidoim. Nada melhor do que viver de uma coisa que a gente gosta de fazer, né? 






EQ: Quando um desenho é encomendado por alguém, como se dá a produção? Vocês pensam juntos e apenas reproduzem a ideia pedida pelo cliente?

TD: Primeiro a gente pede para que a pessoa conte um pouco sobre as pessoas que serão ilustradas, então nós transformamos todas as informações que o cliente nos passou em um rascunho. Essa primeira parte da criação do retrato é com a Tulipa. Já a pintura é cuidada pelo Amendoim, que escolhe toda uma paleta de cores que complementem o sentimento a ser posto no retrato. 


EQ: Como vocês pensam e produzem os seus próprios quadrinhos? É toda uma criação e produção feita em dupla ou vocês trabalham separadamente?

TD: Para os nossos próprios quadrinhos ou tirinhas, a gente costuma reproduzir coisas que acontecem no nosso cotidiano. Por exemplo, a gente percebe que alguma coisa bobinha nossa daria uma boa tirinha e aí temos um estalo ao mesmo tempo, do tipo "NOSSA! A gente tem que fazer uma tirinha sobre isso!". Então nós meio que trabalha junto pra criar todas elas.



EQ: Oque significa fazer quadrinhos para vocês?

TD: Fazer quadrinhos é muito mais do que só desenhar pessoas. Pra gente é ilustrar sentimentos, contar histórias. Já contamos histórias sobre bichinhos de estimação, amores, famílias e até chegamos a ter um retrato que foi parar no relicário do buquê de casamento de uma cliente! Confessamos que muitas vezes essas histórias acabam nos emocionando.


Para acessar o trabalho da Tulipa e do Amendoim é só ir para a página do Facebook deles, clicando aqui. Eles também estão no Instagram

Mariana Carneiro